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A verdadeira origem da La Ursa a história por trás da lenda

🐻 A verdadeira origem da La Ursa — a história por trás da lenda

Antigamente, na Europa dos séculos XVIII e XIX, existiam domadores de ursos que viviam viajando de cidade em cidade mostrando os animais “dançando” para o público.
Mas o que pouca gente sabe é como eles faziam o urso “dançar”.

Eles não dançavam de verdade — era sofrimento.

Os domadores colocavam brasas ou chapas de ferro quentes no chão, e os ursos, desesperados com o calor, ficavam se levantando nas patas traseiras, pulando de dor, tentando não queimar as patas.
As pessoas, sem entender, achavam aquilo engraçado e chamavam de “dança do urso”.

Muitos desses domadores eram ciganos, húngaros, italianos ou russos, e viajavam falando línguas diferentes.
Quando começaram a vir para o Brasil, especialmente para o Nordeste, trouxeram essa tradição cruel — mas já sem os ursos de verdade, porque o clima tropical e o transporte matavam os animais no caminho.


🎭 Do sofrimento à fantasia

Quando chegaram aqui, como não havia mais ursos vivos, eles inventaram uma forma simbólica de continuar o espetáculo:

  • Usavam peles dos ursos mortos (ou algo que parecesse)
  • Colocavam um homem vestido de urso
  • Saíam pelas ruas dançando e pedindo dinheiro pra La Ursa

O termo “La Ursa” vem do italiano/francês/espanhol antigo, porque eles diziam “la ours” ou “la ursa”, que significa “a ursa” — mas no Brasil, o povo não entendia direito e passou a repetir:
👉 “A La Ursa quer dinheiro, quem não der é pirangueiro!”

Era uma forma de continuar o costume europeu, mas sem o animal real.
Com o tempo, a crueldade ficou pra trás, e a figura da La Ursa virou símbolo de festa e alegria, especialmente no Carnaval nordestino — em Pernambuco, Paraíba e Alagoas.


🎉 A transformação popular

No Brasil, o povo transformou dor em arte:

Hoje, a “La Ursa” é símbolo de resistência, cultura e criatividade popular.
O que começou como sofrimento animal, terminou como expressão da alegria e da força do povo nordestino, que pegou algo triste e transformou em festa.

Aqui vai um panorama bem fundamentado sobre a verdadeira história da La Ursa — “A La Ursa” ou “Urso de Carnaval” — uma manifestação folclórica do Carnaval nordestino, especialmente Pernambuco e também Paraíba. Algumas partes são comprovadas; outras são teorias ou ambiguidades culturais. Se quiser, encontro versões locais específicas (cidade por cidade).

O que é La Ursa

La Ursa é uma brincadeira carnavalesca popular no Nordeste do Brasil, com forte presença em Pernambuco. Também chamada “Urso de Carnaval”. 

A encenação típica inclui três personagens principais: o Urso (fantasiado, usando fantasia feita de retalhos, estopa, pelúcia ou tecido), o Caçador ou Domador (quem “controla” o urso, com corda ou corrente e uma arma simbólica, às vezes uma espingarda de brinquedo) e o Italiano ou “gringo”, personagem que coleta dinheiro com uma maleta ou pasta, ou que comanda de certa forma a “performace”. 

Uma parte muito conhecida da performance é a cantoria: “A La Ursa quer dinheiro / Quem não der é pirangueiro”. Aqueles que não contribuem são “chamados de pirangueiros” ‒ isto é, os que se calcavam em “não querer dar”. 

Origens e hipóteses

Como muitas manifestações populares, há incertezas, várias versões, e influência de tradições europeias que foram adaptadas ao contexto local. Aqui as principais teorias:

1. Tradição europeia de domadores de ursos itinerantes

Na Europa (século XIX e antes), existiam domadores de ursos que levavam animais pelas cidades ou vilas, geralmente viajando, oferecendo espetáculos de urso “dançarino”, sob o comando do domador, em troca de dinheiro. 

Imigrantes europeus (italianos, e possivelmente ciganos) teriam introduzido essas práticas no Brasil, especialmente em regiões com presença dessas comunidades. 

2. Interpretações locais / versões populares

Há uma versão que liga a origem da La Ursa a um boato de que Floriano Peixoto Filho (filho do presidente da República Floriano Peixoto) teria desafiado um urso para luta. Essa versão é menos bem documentada, mais parte do folclore oral. 

Outra hipótese é que, desde o período colonial ou início da República, italianos trabalhando nos engenhos de açúcar ou outras atividades rurais participavam de festas locais, trazendo a figura do urso como parte das suas brincadeiras ou festividades, o que depois teria se misturado com outras práticas culturais locais. 

3. Adaptação local

Com o tempo, La Ursa foi ganhando características próprias do Nordeste: ritmo musical (forró, baião, xote, sanfona, etc.), uso de fantasia com materiais locais, máscaras de papel machê, os “cortejos” de jovens e crianças pelas ruas ou praias pedindo “ofertas” ou esmolas. 

A figura do “domador/caçador” evoluiu: originalmente “italiano” ou “comandante” com chicote controlando o urso, ou o caçador com arma simbólica. 

Transformações e debates

Com o passar do tempo, La Ursa passou por mudanças (naturais de uma prática cultural viva):

O som: a música usada costumava ser mais simples; hoje há inovações, uso de instrumentos diferentes, composições originais. 

Fantasia / visual: de roupas mais rudimentares (estopa, retalhos) para versões mais elaboradas, fantasias de veludo ou pelúcia, máscaras mais trabalhadas. Algumas pessoas lamentam a perda de simplicidade ou originalidade. 

Reconhecimento cultural: exposições, concursos de ursas, articulações com políticas culturais. 

Pontos de incerteza ou mitos

Não há registro definitivo de quando ou quem exatamente trouxe o primeiro urso/fantasiado para o Nordeste.

A história de Floriano Peixoto Filho lutando com um urso é provavelmente apócrifa ou uma lenda local, não confirmada por fontes históricas robustas. 

A origem cigana/italiana é bastante plausível e aceita por muitos estudiosos, mas não há consenso sobre local exato, datas nem como se deu a difusão até hoje.

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