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As Algemas de Cecília

Cecília acordou no chão frio de um quarto escuro. Seus pulsos doíam. Quando levantou a cabeça, percebeu: estava algemada à perna de uma cama de ferro. A última coisa que lembrava era o jantar com Rafael, seu novo namorado. Depois disso… tudo apagado.

Ela gritou por socorro. Nenhuma resposta.

O ambiente era abafado. Havia apenas uma lâmpada fraca tremulando no teto. E, no chão ao lado da cama, uma caixa de madeira… com seu nome escrito à mão: CECÍLIA.

Ela hesitou. Abriu a caixa com dificuldade, usando os pés. Dentro havia várias fotos… dela mesma. Dormindo. No banho. Em lugares que ela nunca notou ser observada.

Um arrepio percorreu sua espinha.

Na última foto, ela estava sentada em uma cadeira — algemada, exatamente como agora.

Mas não era uma lembrança. Era um aviso.

Horas se passaram. A porta finalmente se abriu. Mas quem entrou… não era Rafael.

Era uma mulher de cabelos longos, olhos claros e sorriso calmo.

— “Você não lembra de mim, né, Cecília?”

Cecília tentou responder, mas a mulher continuou:

— “Você destruiu minha família com suas mentiras. Agora vai pagar…”

Cecília ficou sem reação. Então, lentamente, a mulher tirou um crachá do bolso: “Instituto Psiquiátrico AuroraDra. Melissa C. Diniz

E aí veio o golpe final:

— “Mas não se preocupe… isso tudo é só parte do seu tratamento. Você ainda não aceita que você mesma se algemou. Que tudo isso foi criação da sua mente.”

Silêncio.

Cecília riu, um riso vazio.

— “Vocês ainda estão tentando me convencer disso, né? Mas eu sei o que fiz com ele. Eu lembro. E eu faria de novo.”

A câmera de vigilância no canto do quarto gravava tudo. Na parede, uma data escrita com sangue:

“Ele nunca saiu daqui.”

🎬 FIM

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